São Paulo (AE) - As eleições presidenciais deste ano poderão ser definidas no primeiro turno e o vencedor pode ser tanto a pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, quanto o do PSDB, José Serra, disse ontem o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, durante evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. A última pesquisa do instituto, divulgada no sábado (5), mostrou que ambos os presidenciáveis estão empatados em 37% nas intenções de voto.
A declaração marca uma mudança de posição do presidente do Ibope, que em entrevista à revista “Veja” no final do ano passado disse enfaticamente que o presidente Lula não iria fazer seu sucessor e apontou José Serra como franco favorito para a eleição de 2010. Na ocasião, ele declarou que a transferência de votos de Lula para Dilma não passaria dos 15%. Em fevereiro deste ano, em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, Montenegro voltou a dizer que a candidata petista não ganharia e que Serra poderia decidir a eleição ainda no primeiro turno.
Questionado ontem sobre sua mudança de posição, ele disse que a entrevista concedida à “Veja” “saiu truncada”. “Afirmei na época que o presidente Lula teria dificuldade em fazer um sucessor caso esse sucessor fosse um poste”, disse. “Não sabia que sairia truncado, a parte principal foi descartada, mas assumo.” Montenegro elogiou a candidata do governo. “A Dilma era desconhecida, nunca disputou uma eleição, mas (é) uma pessoa séria e competente. Agora, vai ter que mostrar capacidade de liderança durante a campanha”.
Para Montenegro, o porcentual obtido por cada candidato na última pesquisa do Ibope não deve mudar ao longo dos próximos meses e, neste sentido, o que definirá a eleição será a parcela de cerca de um terço dos eleitores que vão deixar para decidir após a Copa do Mundo. “Esse pessoal que declarou voto em Dilma e Serra é difícil de mudar. Os que definirão a eleição são aqueles eleitores mais flexíveis, que já votaram em Fernando Henrique Cardoso, no Luiz Inácio Lula da Silva. Será uma eleição definida nos detalhes”, disse. Esses eleitores, segundo Montenegro, vão esperar os debates, a campanha em rádio e TV e apresentação dos programas de governo para decidir.
Montenegro credita o crescimento da pré-candidata petista nas últimas pesquisas de intenção de voto ao que ele definiu como ocupação de espaço e transferência de votos do presidente. “Lula transferiria votos para qualquer um. Dilma ocupou um espaço que estava vazio, mas que qualquer outro apoiado por Lula ocuparia”, argumentou. “Lula vai sair da presidência como o maior presidente do Brasil. Ele talvez tenha sido a pessoa mais importante da democracia brasileira.” Segundo o presidente o Ibope, os 37% dos eleitores que disseram que votariam em Dilma na última pesquisa do instituto são formados por pessoas que gostam do presidente, pelas que passaram a gostar da Dilma e outras que não gostam de PSDB/Serra.
Presidente do Ibope prevê abstenção alta
São Paulo (AE) - O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse ontem que as eleições para a Câmara e o Senado podem surpreender e apresentar um elevado índice de abstenção dos eleitores neste ano. “Pode ser uma surpresa no sentido de boa parte do eleitorado não indicar nome nenhum, votando em branco”, disse, após participar de evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
Montenegro avalia que, em todo o País, nomes conhecidos enfrentarão problemas para se eleger por conta dos vários episódios de corrupção que envolveram deputados e senadores. “Isso tudo vai desgostando o eleitor”, considerou. Ele disse, contudo, que ainda é cedo para dizer se haverá renovação significativa do Senado e da Câmara Federal. “O pessoal está mais ligado em quem vai ganhar a Copa do Mundo. Agora, na hora em que o eleitor se ligar, a partir do final de julho, início de agosto, eu posso responder se vai haver uma renovação ou não”, afirmou.
O Ibope deve iniciar as pesquisas a respeito da eleição legislativa a partir de 1º de agosto. Mas segundo Montenegro, nos questionamentos feitos nas últimas pesquisas, que não têm o objetivo específico de aferir esse tipo de voto, cerca de 98% dos eleitores respondem não saber em quem votarão ou que não votarão em nenhum candidato. “A reforma política é a mais importante que o Brasil deveria enfrentar, as outras só sairiam depois dessa. Só assim o brasileiro se sentiria mais disposto a respeitar e a se interessar mais (por política)”, opinou.
Serra crítica ‘corpo mole’ da Bolívia no combate às drogas
São Paulo (AE) - O pré-candidato pelo PSDB à Presidência, José Serra, voltou a defender um reforço na segurança das fronteiras para combater a entrada de drogas no País. Durante reunião com especialistas em políticas públicas contra as drogas, em São Paulo, Serra voltou a criticar a falta de ação e a suposta cumplicidade do governo boliviano no combate à drogas, tema já abordado por ele no mês passado. O tucano considerou “exageradas” as reações à sua fala. “Não vejo porque discutir a origem da droga como um problema diplomático.” Questionado sobre a participação da Colômbia no tráfico, minimizou: “No governo colombiano, não há esse corpo mole em relação à produção de drogas como há na Bolívia.”
Serra aproveitou para apresentar aos médicos as suas propostas. Se eleito, disse, financiará por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento de dependentes químicos. “O SUS precisa financiar as internações em clínicas especializadas ou em comunidades terapêuticas”, disse, em reunião com especialistas em políticas públicas contra as drogas, em São Paulo. Partiu de Serra a iniciativa de reunir 20 médicos e representantes de entidades de apoio a dependentes.
Segundo o tucano, o problema das drogas o “atormenta” e, por isso, buscou ajuda de especialistas para construir uma proposta de governo para a área. “É um perigo improvisar nessa matéria. Você pega uma pesquisa, vê que há preocupação e vem com qualquer tipo de medida”, disse, em referência às ações do governo federal. O Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, anunciado no fim de maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas de psiquiatras que participavam do evento, que o classificaram como “absurdo” e “ideológico”. Apesar das alfinetadas, Serra evitou polemizar ao ser questionado sobre o programa de Lula. “Eu não vou dar lides dessa natureza. De repente, não sai mais nada (no jornal). Só o tititi do duelo.”
Dilma nega mudança no comando da campanha
São José dos Campos, SP (AE) - A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o deputado Antonio Palocci, que a acompanhava em visita a empresas em São José dos Campos (SP) ontem, negaram que vá haver alterações no núcleo da campanha por conta do episódio do dossiê. Afirmaram também que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, não deixará a coordenação política.
Dilma sustentou nunca ter tomado conhecimento da existência de documentos contra seu adversário José Serra (PSDB) e assegurou que, se de fato existir algum dossiê, ele não foi produzido a mando da campanha do PT. No fim da tarde, ao término de entrevista à imprensa de menos de dez minutos no pátio da Embraer, Dilma foi questionada pela reportagem do “Grupo Estado” se Pimentel estaria fora da campanha devido à crise política. “Não, isso é uma invenção. Factoide é isso”, afirmou, aparentemente irritada, quando já deixava o local da entrevista e se virou repentinamente para responder aos jornalistas.
Palocci, que segundo dirigentes do PT passaria a ter absoluto controle político da campanha com o afastamento de Pimentel, emendou em seguida: “O Fernando continua na campanha conosco.” Minutos antes, quando percebeu que os jornalistas abordariam a questão do dossiê, Palocci orientou assessores de Dilma a encerrarem logo a entrevista.
Pimentel passou a ser alvo de ataques internos pela suposta ligação com um esquema de espionagem que teria sido montado para o PT pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Souza contra Serra. “Reitero o que já disse. Tais documentos, se eles existirem, porque eu não tenho conhecimento deles, e porque eu não os vi, não foram elaborados pela nossa campanha. Vamos deixar isso claro. E qualquer outra ilação é uma falsidade. Era bom que aparecessem esses documentos aos quais todo mundo se refere e ninguém demonstra a existência deles”, afirmou a pré-candidata.
A declaração marca uma mudança de posição do presidente do Ibope, que em entrevista à revista “Veja” no final do ano passado disse enfaticamente que o presidente Lula não iria fazer seu sucessor e apontou José Serra como franco favorito para a eleição de 2010. Na ocasião, ele declarou que a transferência de votos de Lula para Dilma não passaria dos 15%. Em fevereiro deste ano, em entrevista ao jornalista Ricardo Kotscho, Montenegro voltou a dizer que a candidata petista não ganharia e que Serra poderia decidir a eleição ainda no primeiro turno.
Questionado ontem sobre sua mudança de posição, ele disse que a entrevista concedida à “Veja” “saiu truncada”. “Afirmei na época que o presidente Lula teria dificuldade em fazer um sucessor caso esse sucessor fosse um poste”, disse. “Não sabia que sairia truncado, a parte principal foi descartada, mas assumo.” Montenegro elogiou a candidata do governo. “A Dilma era desconhecida, nunca disputou uma eleição, mas (é) uma pessoa séria e competente. Agora, vai ter que mostrar capacidade de liderança durante a campanha”.
Para Montenegro, o porcentual obtido por cada candidato na última pesquisa do Ibope não deve mudar ao longo dos próximos meses e, neste sentido, o que definirá a eleição será a parcela de cerca de um terço dos eleitores que vão deixar para decidir após a Copa do Mundo. “Esse pessoal que declarou voto em Dilma e Serra é difícil de mudar. Os que definirão a eleição são aqueles eleitores mais flexíveis, que já votaram em Fernando Henrique Cardoso, no Luiz Inácio Lula da Silva. Será uma eleição definida nos detalhes”, disse. Esses eleitores, segundo Montenegro, vão esperar os debates, a campanha em rádio e TV e apresentação dos programas de governo para decidir.
Montenegro credita o crescimento da pré-candidata petista nas últimas pesquisas de intenção de voto ao que ele definiu como ocupação de espaço e transferência de votos do presidente. “Lula transferiria votos para qualquer um. Dilma ocupou um espaço que estava vazio, mas que qualquer outro apoiado por Lula ocuparia”, argumentou. “Lula vai sair da presidência como o maior presidente do Brasil. Ele talvez tenha sido a pessoa mais importante da democracia brasileira.” Segundo o presidente o Ibope, os 37% dos eleitores que disseram que votariam em Dilma na última pesquisa do instituto são formados por pessoas que gostam do presidente, pelas que passaram a gostar da Dilma e outras que não gostam de PSDB/Serra.
Presidente do Ibope prevê abstenção alta
São Paulo (AE) - O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse ontem que as eleições para a Câmara e o Senado podem surpreender e apresentar um elevado índice de abstenção dos eleitores neste ano. “Pode ser uma surpresa no sentido de boa parte do eleitorado não indicar nome nenhum, votando em branco”, disse, após participar de evento do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.
Montenegro avalia que, em todo o País, nomes conhecidos enfrentarão problemas para se eleger por conta dos vários episódios de corrupção que envolveram deputados e senadores. “Isso tudo vai desgostando o eleitor”, considerou. Ele disse, contudo, que ainda é cedo para dizer se haverá renovação significativa do Senado e da Câmara Federal. “O pessoal está mais ligado em quem vai ganhar a Copa do Mundo. Agora, na hora em que o eleitor se ligar, a partir do final de julho, início de agosto, eu posso responder se vai haver uma renovação ou não”, afirmou.
O Ibope deve iniciar as pesquisas a respeito da eleição legislativa a partir de 1º de agosto. Mas segundo Montenegro, nos questionamentos feitos nas últimas pesquisas, que não têm o objetivo específico de aferir esse tipo de voto, cerca de 98% dos eleitores respondem não saber em quem votarão ou que não votarão em nenhum candidato. “A reforma política é a mais importante que o Brasil deveria enfrentar, as outras só sairiam depois dessa. Só assim o brasileiro se sentiria mais disposto a respeitar e a se interessar mais (por política)”, opinou.
Serra crítica ‘corpo mole’ da Bolívia no combate às drogas
São Paulo (AE) - O pré-candidato pelo PSDB à Presidência, José Serra, voltou a defender um reforço na segurança das fronteiras para combater a entrada de drogas no País. Durante reunião com especialistas em políticas públicas contra as drogas, em São Paulo, Serra voltou a criticar a falta de ação e a suposta cumplicidade do governo boliviano no combate à drogas, tema já abordado por ele no mês passado. O tucano considerou “exageradas” as reações à sua fala. “Não vejo porque discutir a origem da droga como um problema diplomático.” Questionado sobre a participação da Colômbia no tráfico, minimizou: “No governo colombiano, não há esse corpo mole em relação à produção de drogas como há na Bolívia.”
Serra aproveitou para apresentar aos médicos as suas propostas. Se eleito, disse, financiará por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) o tratamento de dependentes químicos. “O SUS precisa financiar as internações em clínicas especializadas ou em comunidades terapêuticas”, disse, em reunião com especialistas em políticas públicas contra as drogas, em São Paulo. Partiu de Serra a iniciativa de reunir 20 médicos e representantes de entidades de apoio a dependentes.
Segundo o tucano, o problema das drogas o “atormenta” e, por isso, buscou ajuda de especialistas para construir uma proposta de governo para a área. “É um perigo improvisar nessa matéria. Você pega uma pesquisa, vê que há preocupação e vem com qualquer tipo de medida”, disse, em referência às ações do governo federal. O Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, anunciado no fim de maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi alvo de críticas de psiquiatras que participavam do evento, que o classificaram como “absurdo” e “ideológico”. Apesar das alfinetadas, Serra evitou polemizar ao ser questionado sobre o programa de Lula. “Eu não vou dar lides dessa natureza. De repente, não sai mais nada (no jornal). Só o tititi do duelo.”
Dilma nega mudança no comando da campanha
São José dos Campos, SP (AE) - A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o deputado Antonio Palocci, que a acompanhava em visita a empresas em São José dos Campos (SP) ontem, negaram que vá haver alterações no núcleo da campanha por conta do episódio do dossiê. Afirmaram também que o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, não deixará a coordenação política.
Dilma sustentou nunca ter tomado conhecimento da existência de documentos contra seu adversário José Serra (PSDB) e assegurou que, se de fato existir algum dossiê, ele não foi produzido a mando da campanha do PT. No fim da tarde, ao término de entrevista à imprensa de menos de dez minutos no pátio da Embraer, Dilma foi questionada pela reportagem do “Grupo Estado” se Pimentel estaria fora da campanha devido à crise política. “Não, isso é uma invenção. Factoide é isso”, afirmou, aparentemente irritada, quando já deixava o local da entrevista e se virou repentinamente para responder aos jornalistas.
Palocci, que segundo dirigentes do PT passaria a ter absoluto controle político da campanha com o afastamento de Pimentel, emendou em seguida: “O Fernando continua na campanha conosco.” Minutos antes, quando percebeu que os jornalistas abordariam a questão do dossiê, Palocci orientou assessores de Dilma a encerrarem logo a entrevista.
Pimentel passou a ser alvo de ataques internos pela suposta ligação com um esquema de espionagem que teria sido montado para o PT pelo delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo Souza contra Serra. “Reitero o que já disse. Tais documentos, se eles existirem, porque eu não tenho conhecimento deles, e porque eu não os vi, não foram elaborados pela nossa campanha. Vamos deixar isso claro. E qualquer outra ilação é uma falsidade. Era bom que aparecessem esses documentos aos quais todo mundo se refere e ninguém demonstra a existência deles”, afirmou a pré-candidata.
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